Foto: Zaqueu Batista / Arquivo 2010
Mesquita amanheceu triste hoje (26). A morte do cantor e compositor, Carlos Roberto de Oliveira, o Dicró, 66, um dos mais ilustres mesquitenses¸ fez o prefeito Artur Messias (PT), decretar Luto Oficial na cidade por três dias. Portador de Diabetes, Dicró morreu em decorrência de um infarto, no Hospital de Magé, na Baixada Fluminense. Seu sepultamento está marcado para às 16h, no Cemitério Jardim da Saudade, em Mesquita.
Irreverente, Dicró nunca escondeu suas origens. Nasceu em Mesquita, no dia 14 de fevereiro de 1946, na época, distrito de Nova Iguaçu. Cresceu no Bairro Jacutinga e fez muitos amigos pela cidade, muitos, no Bairro Chatuba, citado em uma de suas conhecidas canções: “Preciso morar, num lugar onde ninguém em perturba, ah, vou morar na Chatuba”...
Desde cedo, Dicró frequentava as rodas de samba e numa delas, conheceu o compositor, Sérgio Fonseca, também mesquitense (Vários artistas gravaram composições de Sérgio Fonseca, entre eles Xuxa, Elizeth Cardoso, Jorge Aragão; Zeca Pagodinho, Alcione, Leci Brandão, Originais do Samba, Helena de Lima Mestre Marçal, Zé, Léo Jaime, Angélica, Elson do Forrogode Eliana Pittman. Mais de 200 músicas gravadas). Fonseca é o responsável pelo apelido Dicró, que o fez famoso e encheu de orgulho os moradores de Mesquita (cerca de 190 mil habitantes).
Criado em terreiro de macumba, Dicró, rapidamente tornou-se compositor e passou a integrar as alas das escolas de samba, Beija Flor de Nilópolis e Grande Rio de Duque de Caxias .Logo, foi abraçado pelos veteranos cantores: Moreira da Silva e Bezerra da Silva, formando o trio da “malandragem”.
O Filho de Mesquita marcou uma era. Suas composições alegres, mescladas de brincadeiras, não só mexeram com sogras, mas serviram de incentivo para “catucar” governantes e provocar a revitalização de uma das mais poluídas praias do Rio de Janeiro, a Praia de Ramos. Dicró fez rimas e muitas histórias.